Ele a fitou com aquele olhar vazio, ela sabia o que aquilo significava. “Corra!” Implorou para si, mas seu corpo parecia não compreender as próprias ordens. Paralisada. Permanecia da mesma forma há horas ─ encolhida no canto do banheiro, amedrontada. “Vá. Embora. Por. Favor.” Pediu a ele pela décima vez, mentalmente esgotada. A voz falhava, envolvida pela mágoa que transbordava em seu peito. As mãos permaneciam sobre a garganta, procurando algum vestígio de algo que ainda estivesse errado.
O soco sobre sua traqueia havia sido tão forte que resultou em alguns instantes sem conseguir respirar ─ foi nesse momento que notou o quão sério aquilo havia ficado. Chorou de soluçar assim que o ar retornou para os seus pulmões, pensou que ali seria o fim (o que não pareceu uma ideia desagradável). Ele se abaixou de frente para ela, acariciando seus fios loiros. Cada toque fazia com que a angústia em seu peito disparasse. Os soluços se intensificaram com a proximidade do rapaz. Não o reconhecia mais. Em algum momento, o rapaz gentil transformou-se em um verdadeiro monstro. Ele a olhava sem entender. “Sinto muito. Você me forçou a fazer isso.” Justificava-se, culpando-a mais uma vez por não satisfazer suas expectativas. Recusava-se a aceitar tudo que estava acontecendo. Nunca havia feito nada que a fizesse merecer aquilo, seu único pecado foi amá-lo intensamente. E ainda o amava. Por de trás de toda aquela armadura e das provocações destiladas por sua língua afiada, ela o desejava, mesmo que jamais admitisse. Ela precisou se escolher dessa vez, antes que fosse tarde demais.
Almejava ser livre. E era. Como um pássaro selvagem, recusava qualquer tentativa de ser aprisionada em uma gaiola. Até que ele apareceu e roubou isso dela. Se apaixonou de maneira breve e intensa. Uma paixão infantil, resultado de uma exacerbada idealização. Ele foi o seu primeiro. O primeiro toque. O primeiro namorado. A primeira transa. Talvez por isso se incomodasse tanto ao ver o que ele havia se tornado - ou melhor, o que ele havia escondido tão bem por de trás daqueles orbes amendoados -. Entregar-se a alguém - de corpo e alma - e receber isso em troca fez com que uma fobia de relações amorosas viesse a tona. Passou a se auto sabotar, recusando-se a aceitar qualquer tentativa de se manter feliz. Aos poucos, o sentimento que jazia no peito dela começou a se desmanchar. Tentou se afastar do rapaz, em busca da própria felicidade. Porém, ele se recusou a aceitar o fim. Ainda que fosse tarde demais, pois a chama havia se apagado.
O soco sobre sua traqueia havia sido tão forte que resultou em alguns instantes sem conseguir respirar ─ foi nesse momento que notou o quão sério aquilo havia ficado. Chorou de soluçar assim que o ar retornou para os seus pulmões, pensou que ali seria o fim (o que não pareceu uma ideia desagradável). Ele se abaixou de frente para ela, acariciando seus fios loiros. Cada toque fazia com que a angústia em seu peito disparasse. Os soluços se intensificaram com a proximidade do rapaz. Não o reconhecia mais. Em algum momento, o rapaz gentil transformou-se em um verdadeiro monstro. Ele a olhava sem entender. “Sinto muito. Você me forçou a fazer isso.” Justificava-se, culpando-a mais uma vez por não satisfazer suas expectativas. Recusava-se a aceitar tudo que estava acontecendo. Nunca havia feito nada que a fizesse merecer aquilo, seu único pecado foi amá-lo intensamente. E ainda o amava. Por de trás de toda aquela armadura e das provocações destiladas por sua língua afiada, ela o desejava, mesmo que jamais admitisse. Ela precisou se escolher dessa vez, antes que fosse tarde demais.
Almejava ser livre. E era. Como um pássaro selvagem, recusava qualquer tentativa de ser aprisionada em uma gaiola. Até que ele apareceu e roubou isso dela. Se apaixonou de maneira breve e intensa. Uma paixão infantil, resultado de uma exacerbada idealização. Ele foi o seu primeiro. O primeiro toque. O primeiro namorado. A primeira transa. Talvez por isso se incomodasse tanto ao ver o que ele havia se tornado - ou melhor, o que ele havia escondido tão bem por de trás daqueles orbes amendoados -. Entregar-se a alguém - de corpo e alma - e receber isso em troca fez com que uma fobia de relações amorosas viesse a tona. Passou a se auto sabotar, recusando-se a aceitar qualquer tentativa de se manter feliz. Aos poucos, o sentimento que jazia no peito dela começou a se desmanchar. Tentou se afastar do rapaz, em busca da própria felicidade. Porém, ele se recusou a aceitar o fim. Ainda que fosse tarde demais, pois a chama havia se apagado.
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